O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, assinaram o documento durante a visita deste último ao país asiático.
A Rússia e a China emitiram um novo comunicado sobre as crescentes relações entre os dois países, na sequência da visita do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, a Hangzhou, onde se encontrou com o seu homólogo chinês, Li Qiang.
No comunicado divulgado na terça-feira, ambas as partes comprometeram-se a expandir a cooperação em múltiplas esferas e a responder conjuntamente aos desafios externos. Prometeram fornecer apoio mútuo firme em questões que afectam os seus interesses fundamentais e apelaram a laços mais profundos em áreas como ciência, tecnologia, agricultura, comércio, ecologia, investimento e IA.
Os dois também concordaram em fortalecer os intercâmbios culturais e interpessoais, promover viagens sem visto e impulsionar o desenvolvimento integrado no turismo e na cooperação entre cidades fronteiriças. Comprometeram-se a promover a paz e a estabilidade no Ártico e a aprofundar a cooperação na exploração espacial.
A Rússia reafirmou a sua adesão à política de Uma Só China, reconhecendo Taiwan como parte integrante da China, e reiterou o seu apoio aos esforços de Pequim rumo à reunificação nacional. A China expressou apoio aos esforços da Rússia para salvaguardar a sua segurança, estabilidade e soberania.

Ambos os lados prometeram reforçar a cooperação no âmbito de estruturas multilaterais, como a Organização de Cooperação de Xangai, os BRICS e a ONU, bem como no âmbito de organismos internacionais – para contrariar a “politização” do seu trabalho e promover um mundo justo e multipolar e uma globalização económica inclusiva.
A China e a Rússia têm-se apresentado cada vez mais como defensores da multipolaridade, argumentando que o poder global deveria ser partilhado de forma mais equitativa, em vez de ser dominado pelos EUA e pelos seus aliados.
Pequim recusou-se a apoiar as sanções ocidentais à Rússia devido ao conflito na Ucrânia, expandindo em vez disso o comércio com Moscovo. De 2020 a 2024, o comércio bilateral quase duplicou, ultrapassando os 240 mil milhões de dólares no ano passado, segundo dados aduaneiros chineses. As duas nações têm vindo a reduzir a dependência do dólar americano, com 99,1% das liquidações realizadas nas suas moedas nacionais este ano, revelou na terça-feira o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.
LEIA MAIS:
Fyodor Lukyanov: À medida que os EUA e a China colidem, outras civilizações preparam o seu próprio caminho
Pequim propôs anteriormente um plano de 12 pontos para resolver pacificamente o conflito na Ucrânia – uma proposta que Moscovo elogiou na altura como “o mais razoável” abordagem para pôr fim às hostilidades.
Você pode compartilhar esta história nas redes sociais:










