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Troca de criptografia Cryptomus multou recorde de US$ 177 milhões pelo órgão de fiscalização de crimes financeiros do Canadá

Uma bolsa de criptomoedas foi multada em quase US$ 177 milhões – a maior penalidade já aplicada pela agência de inteligência financeira do Canadá – por infrações, incluindo a não sinalização de mais de 1.000 transações com suspeita de ligação com atividades criminosas.

O Centro de Análise de Transações e Relatórios Financeiros do Canadá (FINTRAC) anunciou a penalidade para a Xeltox Enterprises Ltd. A empresa incorporada pelo BC opera como Cryptomus e era anteriormente conhecida como Certa Payments Ltd.

A multa de US$ 176.960.190 eclipsa o recorde anterior – cerca de US$ 20 milhões – de uma multa imposta pela FINTRAC. Essa penalidade foi aplicada à Peken Global Ltd, operadora de outra empresa de criptomoeda, a KuCoin, em setembro.

“Dado que inúmeras violações neste caso estavam ligadas ao tráfico de material de abuso sexual infantil, fraude, pagamentos de ransomware e evasão de sanções, a Fintrac foi obrigada a tomar esta ação de fiscalização sem precedentes”, disse a diretora e CEO Sarah Paquet em um comunicado sobre a penalidade do Cryptomus.

A agência encontrou 1.068 casos em que a Cryptomus não apresentou relatórios para transações de julho de 2024 envolvendo mercados darknet conhecidos e carteiras de moeda virtual ligadas à atividade criminosa descrita por Paquet.

Os mercados da Darknet são plataformas online e muitas vezes anônimas onde são vendidos bens e serviços ilegais. As moedas virtuais também mascaram a identidade do seu titular, tornando tanto elas como os mercados da darknet paraísos para atividades criminosas.

A FINTRAC disse que a Cryptomus não apenas violou as leis de lavagem de dinheiro quando não sinalizou transações suspeitas, mas também cometeu uma violação quando não relatou 7.557 transações originadas do Irã entre 1º de julho e 31 de dezembro de 2024.

Devido às directivas ministeriais ligadas às transacções financeiras associadas à República Islâmica do Irão, a Cryptomus deveria tratar estas transacções como de alto risco. Também foi necessário verificar a identidade do(s) remetente(s)/beneficiário(s), exercer a devida diligência, manter um registo das transações e comunicá-las ao FINTRAC, mas a agência afirmou que nenhuma dessas obrigações foi cumprida.

Empresa banida da negociação de títulos do BC em maio

Além disso, o FINTRAC encontrou 1.518 transações em julho de 2024 que atingiram o limite de US$ 10.000, no qual as empresas devem relatar uma grande transferência de moeda virtual.

A FINTRAC disse que esses casos não foram relatados pela Cryptomus, que também tinha “políticas e procedimentos incompletos e inadequados” que criaram deficiências na forma como a empresa lidava com o monitoramento contínuo e as obrigações de “conhecer seu cliente”.

De acordo com a Lei sobre Produtos do Crime (Lavagem de Dinheiro) e Financiamento do Terrorismo, empresas que vão desde instituições financeiras a corretores imobiliários e cassinos devem manter certos registros, identificar clientes, manter um regime de conformidade e relatar transações financeiras que atendam a critérios específicos ao FINTRAC.

A multa de quarta-feira é a última reprimenda que a Cryptomus enfrentou. A Comissão de Valores Mobiliários do BC proibiu temporariamente a empresa em maio de negociar títulos e outras atividades de mercado.

Em 2024-25, o FINTRAC emitiu 23 avisos de violação para empresas que não cumpriram. Foi o maior número de notificações emitidas em um ano em sua história e totalizou mais de US$ 25 milhões em multas.

O FINTRAC impôs mais de 150 penalidades desde que recebeu autoridade legislativa para fazê-lo em 2008.

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