LIMA, Peru – LIMA, Peru (AP) – Moradores da capital do Peru viram mais soldados e policiais patrulhando as ruas na quarta-feira, o primeiro dia do estado de emergência decretado pelo recém-empossado presidente José Jerí em um esforço para controlar o crime.
O decreto abrangente suspendeu vários direitos constitucionais – incluindo a liberdade de reunião e de protesto – ao mesmo tempo que proibiu atividades quotidianas, como dois adultos a andar de moto. Também limitou as visitas aos prisioneiros e permitiu cortes de energia nas celas da prisão, exceto na iluminação.
Jerí assumiu a presidência em 10 de outubro, depois que os legisladores destituíram do cargo a então presidente Dina Boluarte, em parte devido à sua incapacidade de conter o aumento da criminalidade no país sul-americano. Declarou o estado de emergência uma semana depois de um protesto massivo exigindo a sua demissão se ter tornado violento, com um manifestante morto pela polícia e outro civil sofrendo uma grave fractura no crânio.
Os peruanos, no entanto, expressaram cepticismo em relação ao decreto de Jerí, uma vez que medidas semelhantes promulgadas por Boluarte se revelaram ineficazes.
“Já houve vários estados de emergência, as extorsões continuam, os assassinatos não param”, disse Manuel Timóteo enquanto esperava por um autocarro no norte de Lima. “Os soldados saem uns dias, ficam com os fuzis numa esquina, vão embora e tudo continua igual.”
O governo de Boluarte declarou estado de emergência em março, que foi prorrogado até maio. A medida foi duramente criticada pela sua ineficácia no combate a grupos criminosos que extorquem pequenos negócios e matam trabalhadores do transporte público — às vezes até na frente dos passageiros.
O Peru viu um aumento nas taxas de criminalidade nos últimos anos. Os homicídios aumentaram de 676 casos em 2017 para 2.082 em 2024, enquanto as queixas de extorsão aumentaram de 2.305 em 2020 para 21.746 no ano passado, segundo dados do governo. A maioria das vítimas pertence à classe trabalhadora.
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