sobre as escolhas como uma conditio sine qua non

a escolha de ser como sou não foi minha, mas aceito-a de bom grado entendo que a responsabilidade disso vai além da minha mera e reles compreensão, porque se eu de fato pudesse escolher, obviamente a minha [como a sua] escolha [também] seria totalmente diferente da realidade que temos.
logo, não escolho ter razão, mas dentre todas as opções que tenho para escolher, eu escolho ser absoluta e unicamente feliz, visto que sobre todas as coisas, a consciência e a conduta clara e tangível me fazem alcançar a paz desejada.
mas no que concerne a mim mesmo, alego inocência, porém, assumo todas as consequências legais e ilegais, pois sou consciente de que se até que cheguei, mais adiante vou, porque não tenho medo nenhum, jamais, de me responsabilizar pelas escolhas que fiz e farei.
justamente, me dou o direito de errar e cair porque terei o dever de levantar e reconstruir o caminho que tracei, os planos que fiz. logo, erros, erros que são enormes, são simples desvios típicos e atípicos da sorte que é simplesmente viver.
entretanto, jamais admitirei que o adeus dito por nós seja somente de minha culpa, uma vez que a escolha que me fez partir foi tua, inteiramente tua naquela meia dúzia de anos que fomos felizes, mesmo que houvessem tormentas dentro de mim; tormentas das quais reconheço suas proporções: descomedidas, exageradas, excessivas.
porque quem ficou para trás fui eu. eu. eu juntei todos os meus pedaços, cacos daquele eu que você quebrou. me colei com o que pude encontrar pelo caminho e me esforcei para continuar, para seguir em frente de novo e mais uma vez.
portanto, não me arrependo das escolhas que fiz, eu sei que fiz o certo. você não precisa me dizer. eram decisões impossíveis e eu as defendo. eu fiz tudo exatamente como eu devia. eu fiz tudo impecavelmente perfeito. sem a qual não poderia ser.