Marc Márquez voltou a estar na boca de todos, e não sozinho pela sua renovação na pista do Mundial de MotoGP. Um ataque recente de Valentino Rossi no podcast de um amigo reflotou aquele conflito desatado no asfalto e nas salas de imprensa em 2015. A celebridade patada flutuou hoje na cabeça do mito italiano, que se empeña em nenhuma página passada. O espanhol da Ducati, que se empossou em casa o episódio entero com todas as reflexões do seu dia também foi seu ídolo, não quis entrar no trapo e preferiu entrar na polêmica durante a prévia do GP da Emília-Romana que se disputava este fim de semana.
“Ei, ele ouviu e vi o vídeo… bem. Agora mesmo tenho coisas muito mais importantes na minha cabeça”, comentou, sempre com aquele som de travesseiro, nos microfones de Dazn. “Minha faena agora está na pista, sou um piloto ativo, então não me interessa nem me afeta essas guerras. Ya he pasado por todo, y sé onde debe estar mi cabeza. Nadie me desprezou no passado nem o fará no presente”, acrescentou, sem querer entrar tampoco nas motivações de seu antigo rival.
As palavras de Rossi, que definiu Márquez como o piloto mais sucinto da história, trouxe em forma de pergunta a Pecco Bagnaia, seu próximo companheiro de equipe e membro da academia de pilotos das novas vezes campeões do mundo. “Eu estou na margem desta situação. Não há competição no MotoGP por tanto tempo e é uma situação que não me cabe”, expôs o defensor da coroa. O referente à Ducati quis censurar a atuação da paixão em Misano, um circuito que está a escassos quilômetros de Tavullia, cidade natal de 46.
“É uma falta de respeito e é algo que não entendo, mas infelizmente é algo que ocorre em todos os esportes. Hay que intentar frenarlo”, disse em referência aos abucheos de Márquez após sua vitória no GP de San Marino, durante a cerimônia do pódio. “Quiero darle las gracias a Pecco por su gesto”, intervino el español. O 93 buscará seu terceiro triunfo consecutivo na reválida deste fim de semana no mesmo cenário.
Desde 2019, o ano do seu sexto e último título no MotoGP antes do seu calvário físico e deportivo, não consegue encadenar tantas vitórias. Apesar de estar em território inimigo, Misano foi melhor do que ninguém, com cinco triunfos desde que a cidade voltou ao calendário em 2007.
“Todos os objetivos desta temporada já foram cumpridos, mas se algo mais for ultrapassado, serão bem-vindos”, comentou Márquez sobre a batalha pelo campeonato mundial da categoria. Jorge Martín é o líder com vários pontos de venda sobre Bagnaia, e o Catalán está na terceira posição, 53, sempre atrás da liderança. A previsão inestável complicará as coisas desde o início até os contendores quando entrar na fase definitiva do certo: restarão sete grandes prêmios nas novas semanas, com 259 pontos no jogo.
Em outra ordem de coisas, o MotoGP anunciou esta jueves que o Grande Prêmio da Hungria entrará no calendário de 2025, que continuará sem se desenvolver hoje em sua totalidade. Depois dos desastres deste ano, e a repetição em Misano trouxe o cancelamento do Grande Prêmio da Índia e seu primeiro substituto, o GP do Cazaquistão, a promotora espanhola Dorna foi com pés de plomo na hora de anunciar as datas do próximo ano.