Os usuários da Internet no Paquistão relataram interrupções significativas nos serviços de Rede Privada Virtual (VPN) no fim de semana, com relatos de “acesso restrito” e “conectividade limitada” afetando provedores de VPN populares, informou Dawn. Este aumento nas questões de acesso ocorre poucos dias depois de o primeiro-ministro Shehbaz Sharif ter parabenizado o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, na plataforma de mídia social X, uma postagem que atraiu escrutínio e gerou debate online.
Um site de rastreamento de interrupções, foram relatados problemas em serviços VPN, como VPN Unlimited e TunnelBear, Dawn relatou citando Downdetector. Os usuários descreveram dificuldades de conexão, com o VPN Unlimited mostrando um pico de problemas relatados por volta das 18h15 e os usuários do TunnelBear notando problemas de conectividade durante a noite.
Para muitos paquistaneses, as VPNs são uma ferramenta vital para aceder a sites bloqueados, incluindo o X (antigo Twitter), que foi restringido devido a preocupações de segurança nacional. Esta recente onda de problemas de conectividade reacendeu as discussões sobre a liberdade digital e as políticas governamentais que limitam o acesso online.
Primeiro-ministro do Paquistão parabeniza Trump
O recente tweet do primeiro-ministro Sharif parabenizando Trump pela sua vitória no segundo mandato atraiu atenção significativa tanto pelo seu conteúdo quanto pela reação que recebeu. Na sua mensagem, Sharif escreveu: “Parabéns ao presidente eleito Donald Trump pela sua vitória histórica para um segundo mandato! Estou ansioso por trabalhar em estreita colaboração com a próxima administração para fortalecer e alargar ainda mais a parceria Paquistão-EUA”. No entanto, X anexou uma nota da comunidade ao tweet, apontando que o próprio Sharif proibiu X no Paquistão e provavelmente estava usando uma VPN para acessar a plataforma, o que é “ilegal segundo a lei paquistanesa”.
Esta nota da comunidade intensificou os debates sobre o uso de VPN no país, com alguns cidadãos argumentando que as políticas restritivas da Internet obrigam até mesmo os funcionários do governo a contornar os seus próprios regulamentos. Outra nota foi anexada a um tweet subsequente de Sharif, parabenizando o time de críquete do Paquistão.
Em fevereiro, X foi proibido no Paquistão, com as autoridades citando “preocupações de segurança nacional” e o não cumprimento das leis locais como justificativa. Apesar das restrições, X continua a ser uma plataforma fundamental para declarações oficiais do governo.
Em agosto passado, a Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA) anunciou planos para examinar minuciosamente os serviços VPN no país, com o objetivo de limitar o acesso apenas aos serviços que estejam alinhados com as regulamentações governamentais. Os críticos vêem estas medidas como uma violação dos direitos digitais, argumentando que as restrições sufocam a liberdade de expressão e o acesso à informação.