Nesta segunda-feira (11), a Procuradoria-Geral do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol) protocolou uma Medida Inominada para interdição da Arena MRV por conta dos problemas envolvendo parte da torcida do Atlético-MG presente no estádio na decisão da Copa do Brasil contra o Flamengo. A informação foi antecipada pela ESPN.
Em um documento de 17 páginasao qual a reportagem teve acesso e foi assinada pelos procuradores Paulo Emílio Dantas Nazaré, Mariana Albuquerque Rabelo, Eduardo Araújo Rocha Ximenes e João Marcos Guimarães Siqueirao STJD enumerou argumentos para justificar o pedido pela interdição do estádio e para que o Galo não conte com sua torcida nos jogos – a serem realizados em outras praças esportivas.
O clube mineiro foi denunciado em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: o 211 e 213respectivamente. E caso punido, você pode perder até dez mandos de campo.
No documento são enumerados alguns fatos, com a presença de imagens e vídeos, a começar pelo lançamento de quatro bombas. Considerado o mais grave de todos pelo STJD.
“Foram lançadas bombas no gramado explodindo próximo dos jogadores aos 9 minutos, 49 minutos, 50 minutos e 52 minutos, vindo da arquibancada onde estava localizado a torcida mandante”
O STJD ainda citou que as bombas foram lançadas próximas a Gonzalo Plata e Agustín RossiA jogadora do Flamengo, além da fotógrafa Nuremberg Maria José, que foi levada às pressas ao hospital, tendo que passar por uma cirurgia depois de ter dedos quebrados e tendões rompidos.
Também foram relatados outros agravantes, como é possível ler abaixo:
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Arremesso de objetos no gramado
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Apontamento de laser nos olhos do goleiro da equipe visitante
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Invasão de torcedor após o gol da equipe visitante
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Tentativa de invasão de vários torcedores
O STJD ainda argumentou sobre o pedido de interdição da Arena MRV. “As falhas gravíssimas do clube obrigam a não prevenir e conter imediatamente os atos de violência e de enorme desordem […] corroboram a existência de risco concreto, que somente será afastado quando houver a comprovação da tomada de medidas logísticas, estruturais, administrativas e disciplinares permitidas para fins de manutenção da segurança do estádio.”
No documento também são mencionadas algumas situações recentes de jogos que tiveram confusão e terminaram em vingança para os clubes. Entre eles a interdição de São Januário, em 2023após Vasco x Goiáspelo Brasileirãoe Esporte x Fortalezana Arena Pernambuco, também no ano passado, pela Copa do Nordeste.
O tribunal ainda pede que a interdição do estádio ocorra imediatamente, vide que o julgamento ainda não tem nada marcado para acontecer. A denúncia será comprovada pelo presidente do STJD, Luis Octavio Veríssimo.