Em entrevista à ESPN, Bruno MuzziCEO faz Atlético-MGse pronunciou sobre os incidentes na Arena MRV, no último domingo (10), durante a decisão da Copa do Brasil contra o Flamengo. O estádio, inclusive, foi interditado pelo STJD.
O dirigente admitiu o sentimento de “vergonha” por conta das cenas de violência no estádio, mas disse que a confusão tenha sido uma espécie de “tragédia” anunciada.
Muzzi também falou sobre algumas medidas que podem ser tomadas para ampliar a segurança nos jogos. Entre elas o reconhecimento facial e também o aumento das punições aos torcedores flagrados em atos de violência no estádio.
Enquanto o julgamento não estiver marcado no STJD, o Galo não poderá mandar jogos na Arena MRV e ainda terá que atuar com áreas externas, sem poder receber público.
Veja as principais respostas do CEO do Atlético-MG à ESPN:
Confusão na Arena MRV em Atlético-MG x Flamengo:
“O sentimento que a gente teve, já no dia do jogo, eu desci para acompanhar o jogo por volta das 16h30, porque o ambiente já estava tão tenso, e para mim o jogo acabou ficando até em segundo plano, em função de tudo que aconteceu É um sentimento de frustração, de vergonha por ter acontecido o que foi, mas é um sentimento também de que a gente precisa fazer disso uma mudança daqui para frente, de como as coisas são tratadas no futebol. no futebol brasileiro, infelizmente, ainda tem muitos bandidos, muitas pessoas que frequentam o estádio, que jamais deveriam estar aqui dentro.”
‘Eu discordo quando dizem que foi ‘tragédia anunciada’…’
“Eu discordo quando dizem que foi uma ‘tragédia anunciada’, porque nos jogos normais da Arena, a gente acaba tendo em torno de 400, 450 seguranças privadas. Esse jogo foi um jogo que a gente ampliou significativamente, nós falamos a ter 710 seguranças privados, sendo 140 só dentro do estádio. Foi o maior efetivo do Batalhão de Choque e da Polícia Militar Foi um jogo que a gente teve muito mais linhas de segurança no acesso A e também nos ocultos, mas, infelizmente, nada disso trabalhado.”
“Nada disso foi suficiente para aquilo que a gente viu aqui dentro. A gente precisa pensar em diversas alternativas. É uma discussão mais profunda de segurança privada versus segurança pública. Os comissários de bordo são treinados, são capacitados para poder lidar com o torcedor. A partir do momento que a gente passa a lidar com o bandido, a gente precisa da força policial. Então, a Lei Geral do Esporte preconiza que a segurança do estádio precisa ser garantida pelo organizador do evento, em conjunto com as forças policiais. Tanto é que a gente tinha dentro do estádio também Batalhão de Choque. A gente tinha na Arena, externamente, na esplanada, Batalhão de choque, mas a interpretação que vem se dando já há algum tempo é que essa força policial é suplementar à força privada, mas a gente está vendo que no futebol brasileiro não pode ser assim , que ela precisa estar totalmente integrada com a gente.”
“Nos ocorridos, eu estava lá no centro de comando da Arena MRV, a gente tem ali 350 câmeras que a gente avalia o estádio como um todo, a gente tem a equipe de segurança, o nosso coronel, com todas as forças policiais, Batalhão de Choque, polícia, bombeiro, guarda municipal, agente de trânsito e polícia civil Todos em conjunto, tomando as decisões naqueles momentos. Não há de se transferir responsabilidades aqui, acho que a gente tem que ser capaz de absorver essas responsabilidades e atuar. conjuntamente para que as pessoas possam de fato elevar-se e mudar a forma como as coisas acontecem.”
Quais medidas de segurança podem ser tomadas?
“Eu acho que as formas são avaliar todo o nosso sistema de catraca, para catracas que chamam torniquetes, são catracas de cima e embaixo, como eram presídios. O reconhecimento facial é um caminho sem volta, ampliar o perímetro de segurança da Arena, ter polícia dentro do estádio, fora, controlando essas invasões, isso é segurança pública, você tem uma festa e as pessoas estão saindo da rua e invadindo a sua casa. Transferidas.Têm uma série de medidas, maior proteção para aquelas pessoas do (setor) Oeste, Leste, Sul. suspensão e banimento dessas pessoas da Arena para qualquer arremesso. Subir vidros na Arena é uma coisa que está sendo considerada, não dá mais para a gente poder achar que temos uma arena que tem um comportamento de torcida adequado para essa proximidade. Então, acho que muitas coisas precisam ser repensadas.”
Revistas na Arena MRV
“As revistas nos acessos A e B de fato acontecem. Esse jogo especificamente teve muita invasão nas laterais. Essa turma invadiu a Arena, invadiu a esplanada, teve acesso à esplanada sem passar por revista nenhuma e entrou dentro do estádio, naquele famoso processo que eles chamam de ‘cavalo doido’, eles iam tentar invadir todos os obstáculos e escapar. Não são torcedores, vieram com o objetivo exclusivo de fazer o que fizeram soltar bomba dentro do estádio, bomba nas arquibancadas com. família, com crianças, com mulheres, com idosos, não é comportamento da torcida do Atlético. Definitivamente não é um comportamento da torcida do Atlético. os ocultos da Arena para que as pessoas pudessem controlar, e o Choque pudesse varrer a Arena e tirar essas pessoas de dentro da esplanada E que voltou a acontecer no final do jogo, com arrastão, assalto, agressões, tornando o ambiente extremamente agressivo.”
Número de comissários de bordo foi suficiente?
“É o que se faz em qualquer lugar do Brasil e em qualquer lugar do mundo, esses são os mínimos. Você tem uma metodologia para poder colocar essa quantidade de comissários de bordo. O que eu acho é que eles não têm a mesma imposição que um policial tem. E não quero dizer que um policial também, quando vê uma situação dessas, quantos eventos nós já tivemos no Nordeste, por exemplo, que tinha polícia dentro do estádio e mesmo assim teve problemas. Não quero dizer, quando há uma predestinação para que possa invadir e acontecer, é difícil de conter. Mas, obviamente, que a polícia está preparada para isso, está paramentada para isso, é função, é muito diferente de um mordomoque está ali para a organização e fazer uma certa contenção.”