Confrontos violentos eclodiram fora do parlamento da Geórgia entre autoridades policiais e manifestantes que se opunham à escolha do governo de adiar as discussões sobre a adesão à União Europeia durante uma crise pós-eleitoral, no sábado. Pela terceira noite consecutiva, milhares de pessoas reuniram-se em Tbilisi, capital da Geórgia, resultando em numerosas detenções.
Após a decisão Festa dos Sonhos GeorgianosApós a vitória declarada nas eleições parlamentares de 26 de Outubro, que a oposição pró-europeia alegou serem fraudulentas, a nação do Mar Negro tem vivido uma agitação significativa.
Polícia usa força para dispersar multidões
Policiais com equipamentos de proteção usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que lançavam fogos de artifício. Foram observadas chamas emergindo da janela do parlamento, enquanto os manifestantes construíam barreiras na principal via de Tbilisi.
Prisões em massa em meio a crescentes protestos
“Tenho medo – não vou esconder – que muitas pessoas fiquem feridas, mas não tenho medo de ficar aqui”, disse Tamar Gelashvili, de 39 anos, à AFP perto do edifício do Parlamento no início do dia.
As manifestações espalharam-se por várias cidades georgianas. O Ministério do Interior disse que “as ações de alguns indivíduos presentes no protesto tornaram-se violentas logo após o início da manifestação”. Mais de 100 pessoas foram detidas durante os dois dias anteriores, quando as autoridades confrontaram os manifestantes usando canhões de água e gás lacrimogêneo.
Anúncio do primeiro-ministro alimenta indignação da oposição
O anúncio de quinta-feira do primeiro-ministro Irakli Kobakhidze sobre o adiamento das negociações de adesão à UE até 2028 provocou indignação na oposição.
O Georgian Dream, que governa há mais de dez anos, enfrenta acusações de afastar o país da UE e aproximar-se da Rússia, afirmações que rejeitam. Numerosos funcionários públicos, incluindo funcionários dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e da Educação, juntamente com juízes, emitiram declarações contra a decisão de Kobakhidze.
Aproximadamente 160 diplomatas georgianos criticaram a decisão como inconstitucional e levando ao “isolamento internacional”. Vários embaixadores renunciaram em protesto.
Presidente pressiona por estabilidade em meio à crise
A situação agravou-se com confrontos policiais, ataques aos meios de comunicação social e protestos académicos generalizados. Os partidos da oposição pró-Ocidente estão a boicotar o Parlamento, enquanto o Presidente Desafios de Salomé Zurabishvili resultados eleitorais através do tribunal constitucional.
Numa entrevista à AFP no sábado, Zurabishvili anunciou a criação de um “conselho nacional” composto por partidos da oposição e representantes da sociedade civil para manter a estabilidade, dizendo: “Serei o representante desta transição legítima e estável”.
A comunidade internacional, incluindo os EUA, França, Grã-Bretanha e outros, condenou a repressão. Os EUA suspenderam a sua Parceria Estratégica com a Geórgia, enquanto a OSCE manifestou sérias preocupações sobre a forma como as autoridades policiais lidaram com os protestos pacíficos.