As imagens mais vistas do verão no estudo do GP da Indonésia foram estreladas por Marc Márquez. Primeiro por uma marca salvada da casa na curva 10 do circuito e depois por um serviço de táxi em Pecco Bagnaia, que se quedou sem gasolina quando terminou a jornada de treinamento no circuito de Mandalika, situado na ilha de Lombok. Quienes será companheiro da equipe oficial da Ducati a partir de 2025, uma união que promete fogos artificiais dentro e fora da pista, ilustrando mais uma vez o impacto notável da legada de ocho veces campeões do mundo no ecossistema da fábrica italiana, grande dominadora de MotoGP nos últimos anos. O efeito do 93 mudou mediáticamente a sua família de acogida, a modesta Gresini Racing, e a marca com sede em Borgo Panigale, um distrito de Bolonha.
“A atenção mediática que Marc tem não tem ninguém hoje no dia. O tuvo Valentino Rossi neste momento, e certamente o próximo será Pedro Acosta. Mas Marc é único e nos da muito bom”, explica Cristian Massa, diretor de comunicações da equipe, em conversa com o EL PAÍS. No dia antes de confirmar a ficha do Catalán, a equipe Gresini contou com 250.000 seguidores no Instagram. No dia seguinte, você ganhou 20.000 mais. Quando a Ducati foi substituída pela primeira vez, mes e meio depois, subi até os 330.000. Pelo menos um ano, em resumo, os italianos duplicaram seu número de seguidores nas redes sociais.
“Marc é global, seu nível mediático cresceu uma barbaridade. Você pode fazer coisas bonitas, o que você quer, mas realmente foi seu legado o que nos transformou da noite para a manhã”, disse o também responsável pela agenda catalã nos circuitos, que jogou ao longo do ano com carteles e ações atrevidas, encontrando-se no ‘paddock’ com uma cabra no Qatar. “O que antes era 10 ou 15 petições se transformou em 100 ou 150, se multiplicou todo exponencialmente. Foi a primeira vez que ele teve que programar entrevistas para uma temporada inteira antes de começar a misma. No passado apenas las cerrábamos antes de viajar pelos circuitos”, exemplifica.
Carlo Merlini, responsável de ‘marketing’ da Gresini, lembrou que o impacto de Márquez foi registrado antes mesmo do anúncio de sua chegada ao equipamento. “Não é uma surpresa para um atleta de suas características, mas a presença nos meios de comunicação, redes e televisão desde que os rumores sobre a legada de Marc foram incrementados de forma desorbitada”, comenta. A equipe de Faenza, dirigida por Nadia Padovani, viuda pelo falido Fausto Gresini, ficará incrustada no relato de superação do octocampeão, de novo ganhador e competitivo por quatro anos de calvário por culpa das lesões e da crise esportiva da Honda, sua anterior marca.
“Em primeiro lugar, foi uma incorporação relevante a nível esportivo, mas também foi em termos de mercadotecnia. Poder contar com Marc e Álex na equipe nos deu uma vantagem na hora de conseguir patrocinadores, e sua presença reforçou nosso valor de marca”, acrescenta Merlini. De forma semelhante foi expresso Claudio Domenicali, diretor executivo da Ducati, quando valorizou pela primeira vez a incorporação de Márquez ao universo da marca de Bolonha. “Tenerle é a melhor campanha de ‘marketing’ possível”, comentou este jornal em janeiro. Meses depois, sua visão foi confirmada com dados como o impacto midiático da ‘Semana Mundial da Ducati’, que experimentou um crescimento de 283% no número de visualizações nas redes sociais, foi televisionado ao vivo pela primeira vez em 12 países e se reuniu presencialmente a 94.000 aficionados em Misano, 14.000 mais que na edição anterior.
Em 2023, um estúdio da Epsilon e Far Consulting concluiu que Marc Márquez quintuplicou o impacto digital do resto dos pilotos da parrilla. De fato, os dez conteúdos com maior interação do MotoGP em 2022 foram protagonizados pelo espanhol, que não passaram precisamente por seu melhor momento esportivo por essas etapas. Um exemplo mais recente de sua notoriedade é o vídeo para oficializar sua ficha pela equipe oficial da fábrica italiana, que alcançou os 7,7 milhões de visualizações, o segundo melhor registro da temporada nas redes da Ducati Corse.
Si bien Gigi Dall’Igna, máximo responsável esportivo pelo projeto, sempre defendeu que a ficha de Márquez se baseou nos acontecimentos sobre a pista, e ninguém escapou que as implicações comerciais do acordo fora da misma refuerzan a imagem e a capacidade de vender motos da marca italiana é considerável. “O principal ativo de ‘marketing’ são os resultados que você poderá obter no futuro, e nossa prioridade sempre foi conseguida”, afirmou o guru técnico da categoria antes de decidir por 93 de cara nas próximas temporadas. Em Bolonha, o saque pecho de haber reunido 11 títulos, ambientalmente 12, dentro da garagem, segundo os responsáveis da marca, o “melhor par de pilotos da história” da Ducati.