DIRETORIA DA ASCEMA PEDE PROTEÇÃO A SERVIDORES DO ICMBIO DE RORAIMA

A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) cobrou mais uma vez nesta quinta-feira (25) que o governo federal envie forças de segurança para proteger os servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da Estação Ecológica de Maracá, em Roraima. Em 31 de maio, a sede do Instituto foi invadida por criminosos armados com fuzil, que saquearam equipamentos do ICMBio e ameaçaram servidores.
“É imperiosa a presença policial ostensiva nas sedes do ICMBio em Roraima e arredores, bem como a proteção policial específica aos servidores e colaboradores, assim como aos indígenas da [Terra Indígena] TI Yanomami vizinha, também sob fortes ataques, ainda mais intensos, há 5 meses”, diz a Ascema Nacional em nota.
Durante a invasão, três brigadistas foram feitos de reféns e os fiscais foram ameaçados de morte. “Os servidores estão amedrontados e abalados, não há condições de segurança e de trabalho minimamente satisfatórias a eles”, diz a nota. O ICMBio é responsável por preservar mais de 60 sobreposições entre Unidades de Conservação (UCs) e Territórios Indígenas.
Também em nota, o ICMBio de Roraima afirma que a invasão foi uma forma de represália após o Instituto ter feito uma fiscalização com o intuito de impedir o fluxo de embarcações que levam insumos e pessoas para os garimpos ilegais dentro das Terras Indígenas Yanomami.
“No mesmo dia e no dia seguinte, os garimpeiros retornaram à sede da UC e os servidores amedrontados tiveram que correr para a floresta onde permaneceram até o outro dia quando a situação pareceu estar calma. Os servidores temporários são brigadistas que residem no entorno da ESEC Maracá e estão apavorados e sofrendo ameaças inclusive sobre seus familiares”, narrou o ICMBio.
A nota, que é assinada por outras Instituições de preservação ambiental, explica que após investigações preliminares, constatou-se que os ataques foram feitos por facções criminosas associadas ao garimpo ilegal. Desde então, a Força Nacional está na região fazendo a segurança da sede e dos servidores, mas o clima de tensão continua e o órgão pede que o Exército permaneça no local.
ICMBio é atacado por Bolsonaro
No fim de maio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou em uma transmissão ao vivo que “não é muito chegado no ICMBio” e que deseja “redirecionar o instituto”.
Servidores do órgão lançaram um vídeo em resposta às declarações do presidente. No vídeo “Eu gosto do ICMBio”, os servidores defendem o trabalho do órgão e sua importância na preservação ambiental.
Por mais este ataque, nós, da Ascema Nacional, repudiamos veementemente as palavras do chefe do Executivo, que rotineiramente tem comportamentos incompatíveis com o cargo que ocupa. Também apoiamos e exaltamos os servidores do ICMBio. Nós, que amamos o meio ambiente e todas as formas de vida e diversidade, nos orgulhamos do trabalho que esses servidores desempenham”, disse a Ascema Nacional em nota à época.
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