Tido como “mal menor”, Emmanuel Macron derrota extrema-direita na França

O partido República em Marcha da França, de Emmanuel Macron, está comemorando a reeleição do presidente com 58,2% dos votos. Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional, de extrema-direita, recebeu 41,8% do eleitorado. A projeção foi divulgada às 20h deste domingo (24), no horário local (15h em Brasília).
Autodefinido como centrista, Macron é chamado de social liberal pelos conservadores. A esquerda local afirma se tratar de um direitista.
Na macroeconomia, Macron aproximou-se de sua promessa de campanha de baixar a taxa de desemprego para 7%, mesmo após a pandemia da Covid-19. Atualmente, o Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos constatou que a taxa de desemprego na França está em 7,4%.
Durante a pandemia, a gestão Macron também investiu em programas de seguridade social na pandemia, assim como a maioria dos países. O governo francês distribuiu vales de 100 euros (R$ 581) para ajudar as famílias a pagarem as contas de energia e mais 100 euros em “cheques-inflação” para as famílias mais pobres, como uma forma de aplacar os efeitos da perda do poder de compra.
Medidas liberais afastaram o presidente da esquerda
Banqueiro, Macron foi sócio do Banco Rothschild e adotou medidas liberais durante sua gestão. Aprovou uma reforma trabalhista que facilitou a demissão de funcionários e que tornou mais fácil contratar.
Macron, que já havia sido ministro da Economia, suprimiu imposto sobre grandes fortunas, o que o colocou como “governante dos ricos” para parte da sociedade francesa.
Ele foi alvo de dezenas de manifestações dos chamados “coletes amarelos” e repreendeu os atos com forte e desmedida ação policial.
Macron era o mal menor
Apesar da forte rejeição da ala progressista da França, Macron é visto por muitos como o mal menor, uma vez que sua oponente neste segundo turno era Marine Le Pen, representante da extrema-direita no país.
A candidata derrotada nas urnas é contrária a imigrantes e defende que o mercado de trabalho local seja ocupado preferencialmente pelos franceses, excluindo os imigrantes do processo. O mesmo se dá com a propriedade privada, que recebe a prioridade para os cidadãos locais, na visão da extremista.
Por esses e outros motivos parte da ala progressista do país optou por apoiar Macron nestas eleições, mas promete atuar com forte oposição contra seu governo.