O aftermath após o início da guerra na Ucrânia – como estão se comportando os mercados

Olá querido leitor/querida leitora! Tudo bem com você? A invasão russa em território ucraniano acaba de completar uma semana, e apesar do pouco tempo, muita coisa mudou nos mercados internacionais. Na coluna de hoje, continuaremos falando sobre os efeitos macroeconômicos dessa que já é considerada a maior crise humanitária do século XXI. Todas as minhas colunas anteriores podem ser acessadas nesse link aqui.
Como já abordamos na coluna passada, a incursão russa não era considerada um evento impossível de se concretizar, ainda que muitos analistas geopolíticos apontassem como de baixa probabilidade – um caso de típico de cisne cinza ao invés de um cisne negro. Para basear essa suposição, os especialistas citavam a gravidade que a eventual guerra traria ao mercado de capitais russo: com uma invasão em larga escala a um país de cerca de 45 milhões de habitantes, seriam inevitáveis sanções econômicas extremas contra a Rússia. De fato, foi o que aconteceu.
Poucos dias após o início dos conflitos, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, dentre outros países, anunciaram a interrupção de negociações econômicas de suas empresas com as contrapartes russas. De forma ainda mais rígida, o país de Vladimir Putin foi suspenso do sistema Swift, sistema de mensageria eletrônica entre instituições financeiras responsáveis por grandes transações internacionais.
O impacto dessas medidas foi devastador: o rublo russo perdeu mais de 40% do seu valor contra o dólar em poucas horas, e o banco central da Rússia foi obrigado a subir em mais de oito pontos percentuais sua taxa básica de juros, a fim de conter a perda de valor de sua moeda. Cidadãos russos também foram limitados a sacar suas reservas bancárias – alguma semelhança com a era Collor?
Por outro lado, commodities e reservas de valores clássico prosseguiram com as altas. No primeiro caso, o conflito envolve grandes produtoras europeias: ambos países produzem parte significativa do trigo mundial, ao passo que a Rússia é grande exportadora de hidrocarbonetos – petróleo e gás natural. No segundo, investidores buscam a proteção de seu patrimônio, comprando ouro e prata em momentos de grande incerteza. Inicialmente, o bitcoin – também considerado um safe haven – se comportou como um ativo de risco, recuando até a casa dos 37 mil dólares. Passado o impacto inicial, seu valor voltou à casa do 44 mil dólares, sendo salvação tanto para russos quanto para ucranianos em busca de cobertura – física e financeira.
Continue acompanhado as notícias aqui no Regra e na minha coluna semanal para ficar por dentro dos impactos financeiros provocados pelo conflito de grandes proporções que assola o continente europeu.
Até a próxima semana!