NÃO ERA AMOR, ERA ANSIEDADE

Eu tenho ansiedade. Mas é lógico que eu nem sempre soube que eu sofro de ansiedade e isso tornou minha vida mais difícil em alguns momentos. Agora, diagnosticada, medicada e em tratamento psicológico, é muito mais fácil identificar comportamentos e padrões que são fruto da ansiedade. Mas durante a adolescência não era assim. E eu tenho certeza quase absoluta de que confundi sintomas de ansiedade com amor.
A gente não nasce sabendo o que é amor e infelizmente somos ensinados que o amor é algo pelo qual devemos lutar com unhas e dentes e que devemos vencer todos os obstáculos para merecer ser feliz. E algumas situações são um prato cheio para o sofrimento de gente ansiosa.
Demorou mais de 15 minutos para responder minha mensagem? Disse que viria me ver e não veio? Teve algum imprevisto e precisou cancelar algum compromisso? Lá vai a ansiedade para as alturas. Acontece que a gente acaba confundindo esse sofrimento com amor.
O mesmo vale para o oposto. Quando tudo está parecendo dar certo, a gente quer logo saber qual será a próxima cena desse filme. O que será que vai acontecer? Será que vamos namorar, noivar, casar, ter filhos? Isso tudo é a ansiedade falando mais alto.
Mas a gente demora para perceber isso. E vai causando situações e interpretando ações e sentindo coisas com tanta intensidade que parece mesmo uma história de amor da Disney. Mas, na maioria das vezes, não era amor, era ansiedade.
Amor é outra coisa. Amor é abrigo, não é tempestade. Mas isso a gente não nasce sabendo e não aprende nos livros, filmes e séries. A gente só reconhece quando vê pela primeira vez. Amor não é gatilho para ansiedade, amor é segurança, paz de espírito.
Quem dera isso fosse ensinado pra gente desde criança, né?
Assine a newsletter do Sonhos do Avesso e tenha acesso a um conteúdo exclusivo todas as quartas-feiras! Assinante da newsletter ouve o Papo do Avesso antes de todo mundo. É só se inscrever neste link! É de graça!