sobre sentir

eu sinto, não como os demais. sinto devagar, sem pressa. tento não pular etapas. e gosto de pensar que todo novo relacionamento pode ser algo mais. algo duradouro e que agregue. mas hoje só vejo pessoas rasas.
rasas de sentimentos; rasas de intensidades; rasas de emoções; rasas de vontades.
vejo pessoas carentes de histórias, querendo tê-las para contar no tempo passado da juventude, mas rasas na construção de cada linha que faça sentido para essa história.
vejo pessoas imediatistas, carentes de outros e de alguéns, mas rasas o suficiente para não conseguir dar nada em troca. sim, eu acredito que seja uma troca, uma troca de sentimentos.
vejo a ansiedade do novo, a curiosidade pelo desconhecido, a euforia pela quantidade; mas não há espaço para o profundo, para o intenso, para a loucura. loucura, sim, por que não?
enfim, vejo pessoas rasas. rasas demais.
E só tende a piorar. A humanidade se perdeu em algum momento e fica a cada dia mais superficial, fútil e vazia. Mas acredito que ainda temos tempo de mudar.