Embora tenham feito história e deixado um legado importante para o Brasil, muitas mulheres negras têm suas trajetórias desvalorizadas no país. Saiba mais.
Mesmo com 54% da população sendo negra no Brasil, segundo o IBGE, as mulheres negras ainda são as principais vítimas de violência no país.
Mike Von
Entre as violências das quais a mulher negra é alvo, inclui-se a doméstica, obstétrica, mortalidade materna e feminicídio. Além disso, elas estão na base da pirâmide socioeconômica do país.
Leon Ell'
As mulheres negras são as mais discriminadas nos critérios salário e promoção, de acordo com a pesquisa Ethos de Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas.
Ettu Fidele
Com o objetivo de refletir e mudar esse cenário, diversas mulheres afrodescendentes nas Américas se reuniram em 1992 para o Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, que originou a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas.
Jackson David
Em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), a Rede conseguiu o reconhecimento do dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
Mathias Reding
Ao longo dos anos, muitas mulheres negras lutaram e ainda lutam para conquistarem direitos civis, respeito e reconhecimento na sociedade estruturalmente racista que existe no Brasil.
Ettu Fidele
Fundadora do Movimento Negro Unificado, Lélia foi uma ativista e intelectual negra brasileira (1935-1994), nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais.
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Doutora em Antropologia Política, juntou a teoria e a prática para denunciar o racismo e o sexismo que atingem as mulheres negras no Brasil por meio da política e de suas obras literárias e acadêmicas.
Gayatri Malhotra
Entre suas principais obras, estão o artigo “Mulher negra: um retrato” e o livro “Lugar de negro”, escrito em parceria com o sociólogo Carlos Hasenbalg.
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Na política, atuou como fundadora do Movimento Negro Unificado contra Discriminação e o Racismo (MNUCDR) em 1978, contribuindo para a organização da luta do povo negro no Brasil.
Frederic Koberl
Líder quilombola, Tereza de Benguela é símbolo histórico de luta e resistência do povo negro. Desde 2014, a Lei nº 12.987 instituiu 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela.
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Esposa de José Piolho, Tereza mostrou-se uma líder nata após a morte do marido, quando tornou-se rainha do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso.
çivulgação
Como líder do maior quilombo de Mato Grosso, Tereza criou um parlamento local, organizou a produção de armas, a colheita e o plantio de alimentos e chefiou a fabricação de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas.
British Library
Porém, não se sabe exatamente como Tereza morreu: se foi por suicídio após ser capturada por bandeirantes a mando da capitania do Mato Grosso; ou por assassinato, tendo sua cabeça exposta no centro do quilombo.
Hussain Badshah
O Quilombo do Quariterê resistiu até 1770, quando foi destruído pelas forças do bandeirante Luís Pinto de Sousa Coutinho. Na época, a população quimbola contava com 79 negros e 30 índios.
Hussain Badshah
Primeira deputada estadual negra do país, Antonieta conseguiu formar-se como jornalista e professora mesmo com a forte discriminação social que sofreu por ser filha de uma ex-escravizada.
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Na política, Antonieta lutava pela igualdade racial e de gênero atuando na Frente Brasileira para o Progresso Feminino.
Colin Lloyd
Além disso, a primeira deputada mulher de Santa Catarina também defendia e promovia políticas públicas relacionadas à uma educação de qualidade para as mulheres.
Womanizer Toys
Além de Lélia, Tereza e Antonieta, existem diversas outras mulheres negras que você precisa conhecer. A mudança social começa pelo conhecimento e conscientização sobre a luta das mulheres negras.
Vonecia Caswell
Letícia Fortes
Organização das Nações Unidas (ONU) – Escritório Brasil ONU News