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Capital do Sudão é alvo de ataque paramilitar de drones pelo terceiro dia

BEIRUTE (AP) – Uma força paramilitar sudanesa atacou a capital do país e o seu principal aeroporto na quinta-feira com drones, apenas um dia depois do primeiro voo de passageiros em dois anos ter aterrado na cidade, de acordo com autoridades militares e meios de comunicação locais.

O ataque das Forças de Apoio Rápido ocorreu num momento em que o grupo procura manter a pressão contra os militares do Sudão enquanto o conflito em impasse continua.

Os militares sudaneses interceptaram os drones, o que não causou danos, disse um oficial militar que falou sob condição de anonimato, uma vez que não estava autorizado a falar com jornalistas. A RSF e os militares não reconheceram imediatamente o ataque.

A guerra eclodiu no Sudão em 2023, quando os militares sudaneses e a RSF, outrora aliados, viraram-se uns contra os outros, levando a combates generalizados em todo o país.

Os militares sudaneses retomaram a capital, Cartum, das forças paramilitares em março, mas foram necessários meses para reparar o Aeroporto Internacional de Cartum antes que as companhias aéreas locais Badr aterrassem um avião lá na quarta-feira.

O ataque de drones ocorreu num momento em que a Organização Internacional para as Migrações e outras agências da ONU apelavam à “atenção internacional urgente para a crise no Sudão, para enfrentar o imenso sofrimento e os perigos crescentes para a população”.

Numa declaração conjunta, as organizações apelaram à “cessação imediata das hostilidades e à protecção dos civis, especialmente das crianças, e ao acesso humanitário sem entraves a todas as populações afectadas, incluindo a presença da ONU em todo o país”.

Os combates mataram pelo menos 40 mil pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Cerca de 30 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária no país, o que torna esta a maior crise humanitária do mundo.

Uma das áreas mais atingidas é Darfur e Cordofão, onde os combates se intensificaram entre o exército e os paramilitares rivais e têm sido o epicentro da violência no país. A fome foi detectada em muitas partes de Darfur e do Cordofão.

El-Fasher, a capital da província de Darfur Norte, está sitiada há mais de um ano. A ONU e outros grupos de ajuda alertam que 260 mil civis permanecem presos na cidade.

“O que testemunhei esta semana em Darfur e noutros locais é uma dura lembrança do que está em jogo: crianças que enfrentam a fome, as doenças e o colapso dos serviços essenciais”, afirmou Ted Chaiban, vice-diretor executivo da UNICEF, num comunicado.

“Comunidades inteiras sobrevivem em condições que desafiam a dignidade”, acrescentou Chaiban.

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