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Escritório de direitos humanos pede à Colômbia que suspenda ataques aéreos após confirmar 5 mortes de crianças

BOGOTÁ, Colômbia (AP) – A ouvidora de direitos humanos da Colômbia pediu na segunda-feira ao presidente Gustavo Petro que suspendesse os ataques aéreos contra grupos rebeldes no país sul-americano, depois de revelar que pelo menos cinco adolescentes foram mortos em ataques conduzidos pelos militares colombianos em outubro e novembro.

Num vídeo publicado na segunda-feira, a provedora de direitos humanos, Iris Marín, disse que pelo menos uma adolescente, uma mulher, foi morta num ataque contra o grupo rebelde FARC-EMC na província de Arauca na semana passada, enquanto quatro adolescentes recrutados à força pelo grupo foram mortos num outro ataque na primeira semana de Outubro.

No sábado, Marín revelou que sete menores foram mortos em outro ataque contra as FARC-EMC na província de Guaviare, no sul, onde o governo lançou uma ofensiva contra Nestor Gregorio Vera, um poderoso líder rebelde conhecido também como Iván Mordisco.

Isto significa que pelo menos 12 menores foram mortos este ano em ataques aéreos conduzidos pelo governo da Colômbia.

Os promotores militares da Colômbia anunciaram na segunda-feira que iniciaram um inquérito sobre o ataque aéreo em Guaviare, para determinar se ele cumpriu o direito internacional.

“Quero instar o presidente a suspender os ataques contra grupos nos quais possam estar presentes menores”, disse Marín na segunda-feira. “A história de vida de cada um desses menores que morre nos bombardeios é de partir o coração.”

O governo da Colômbia confirmou a morte dos adolescentes na segunda-feira, mas as autoridades recusaram-se a suspender as greves e culpam os grupos criminosos do país por colocarem as crianças em perigo, recrutando-as à força para as suas fileiras.

Numa mensagem na plataforma social X Monday, Petro escreveu que “se as greves forem suspensas, os chefes da máfia recrutarão mais crianças” porque terão percebido que estarão a salvo de ataques se tiverem crianças nas suas fileiras.

Petro disse que denunciaria o líder rebelde Ivan Mordisco no Tribunal Penal Internacional por recrutar crianças.

Num comunicado, o gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas na Colômbia descreveu o recrutamento de crianças como um crime de guerra e instou o governo colombiano a tomar “todas as medidas necessárias” para impedir o recrutamento de crianças e a tomar precauções para evitar a sua morte em operações militares.

A morte de crianças em ataques militares é um tema delicado na Colômbia, onde um antigo ministro da Defesa renunciou em 2019 depois de se ter descoberto que o governo encobriu a morte de oito crianças durante um ataque aéreo na província de Caquetá.

Petro suspendeu os ataques aéreos contra grupos criminosos logo após assumir o cargo, há três anos, a fim de diminuir as possibilidades de assassinato de menores. O líder de esquerda acusou governos anteriores de cometerem “crimes de guerra” quando se descobriu que menores morreram em ataques aéreos contra grupos rebeldes.

Mas os ataques aéreos contra os rebeldes colombianos foram retomados no ano passado, enquanto a administração Petro luta para conter a expansão de grupos que lutam para tomar o território abandonado pelas FARC, o grupo guerrilheiro que fez a paz com o governo colombiano em 2016.

Petro argumentou que não esconde as mortes de crianças em ataques aéreos contra os grupos rebeldes, ao contrário do governo anterior, e diz que aprovou os ataques para salvar a vida dos soldados.

O presidente colombiano tem criticado abertamente os ataques de drones do presidente dos EUA, Donald Trump, contra supostos traficantes de drogas no Caribe, que ele descreveu como execuções extrajudiciais.

Petro argumenta que as greves do seu governo são diferentes.

“Aqueles que caem nos bombardeios das forças colombianas possuem metralhadoras, explosivos e se declararam membros de um grupo armado”, escreveu Petro na X Sexta-feira. “Eles estão tentando eliminar as forças governamentais e os civis com suas armas letais.”

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