Dois jurados anunciaram sua demissão do concurso Miss Universo, com um deles argumentando que foi fraudado, dias antes do concurso coroar seu 74º vencedor.
Esta é a mais recente controvérsia a agitar o concurso de beleza, depois que um importante organizador causou protestos com um discurso inflamado contra a Miss México, fazendo com que vários concorrentes abandonassem brevemente o evento em protesto.
Na terça-feira, Omar Harfouch, um compositor libanês-francês, disse no Instagram que havia renunciado ao painel de jurados de oito membros, acusando a competição de ser uma “farsa” que carece de transparência.
Sua afirmação mais contundente foi que o concurso tem um segundo grupo de juízes que tomam decisões em segredo sobre quem chegará à final. A Organização Miss Universo negou as alegações.
Horas depois, um segundo juiz, o ex-astro do futebol francês Claude Makélélé, disse no Instagram que não compareceria ao concurso, citando “motivos pessoais imprevistos”. Ele acrescentou: “Esta foi uma decisão difícil, pois tenho a maior consideração pelo Miss Universo”.
O Miss Universo, fundado por uma empresa de moda praia da Califórnia em 1952, é um dos concursos de beleza internacionais mais conhecidos.
A Organização Miss Universo é proprietária da marca e ganha dinheiro licenciando-a para organizações nacionais e vendendo direitos de transmissão. A procura por parte de emissoras e patrocinadores diminuiu nas últimas décadas, à medida que o público perdeu o interesse nos concursos de beleza.
A competição deste ano está programada para terminar na sexta-feira em Bangkok, após uma competição preliminar na quarta-feira.
Em suas postagens, Harfouch escreveu que havia descoberto um “júri improvisado”, formado para selecionar os 30 finalistas da competição entre 136 participantes, sem o conhecimento dos oito jurados. Ele disse que alguns membros do grupo, cujos nomes não revelou, têm relações pessoais com os concorrentes.
Harfouch disse que depois de confrontar os organizadores sobre isso, eles publicaram uma lista de nomes envolvidos no processo de seleção. Ele disse que renunciou após uma conversa com Raul Rocha Cantu, presidente e coproprietário da Organização Miss Universo, sobre o que chamou de “falta de transparência no processo de votação do Miss Universo”.
A Organização Miss Universo, em comunicado, negou a existência de um segundo conjunto de juízes. “Todas as avaliações da competição continuam a seguir os protocolos MUO estabelecidos, transparentes e supervisionados”, afirmou, usando a sigla para a organização.
Acusou Harfouch de fazer uma “descaracterização pública do programa” e disse que a lista de nomes que publicou era o comité de seleção de uma iniciativa de impacto social não relacionada.
A organização não respondeu ao anúncio de Makélélé e não respondeu a um pedido de comentário do The New York Times.
A saída dos jurados ocorreu semanas depois que vários competidores desistiram, depois que Nawat Itsaragrisil, um empresário tailandês co-proprietário da Organização Miss Universo, repreendeu Fátima Bosch, Miss México, por não participar de algumas atividades promocionais.
No dia seguinte, Nawat pediu desculpas. Cantu repreendeu Nawat, dizendo que não permitiria que os concorrentes fossem “atacados e humilhados”.









