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O plano de Trump para acabar com a guerra na Ucrânia cederia território à Rússia

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O plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para acabar com a guerra na Ucrânia cederia terras à Rússia e limitaria o tamanho das forças armadas de Kiev, de acordo com um rascunho obtido quinta-feira pela Associated Press.

A proposta, originada das negociações entre Washington e Moscovo, parecia decididamente favorável à Rússia, que iniciou a guerra há quase quatro anos ao invadir o seu vizinho.

Se o passado for um prólogo, pareceria insustentável para o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que se opôs aos anteriores apelos de Trump a concessões territoriais.

Tem havido também resistência por parte dos líderes europeus, que provavelmente condenarão o esforço de paz dos EUA como uma recompensa ao Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua agressão, deixando-o encorajado em vez de derrotado.

Por exemplo, a proposta não só impediria a Ucrânia de aderir à NATO, mas também impediria a futura expansão da aliança. Tal medida seria uma vitória significativa para Moscovo, que vê a NATO como uma ameaça.

Putin também ganharia terreno que não conseguiu vencer no campo de batalha. Segundo o projecto, Moscovo ficaria com toda a região oriental do Donbass, embora cerca de 14 por cento ainda permaneça em mãos ucranianas. As forças armadas da Ucrânia, actualmente com cerca de 880 mil soldados, seriam reduzidas para 600 mil.

A proposta abre a porta ao levantamento das sanções à Rússia e ao regresso do país ao que era anteriormente conhecido como Grupo dos Oito (G8), que inclui muitas das maiores economias do mundo.

A Rússia foi suspensa da reunião anual em 2014, após a anexação da Crimeia, uma península estrategicamente importante na costa norte do Mar Negro que é internacionalmente reconhecida como parte da Ucrânia.

Mais pressão sobre Zelenskyy

A equipe dos EUA começou a elaborar o plano logo depois que o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, manteve conversações com Rustem Umerov, um dos principais conselheiros de Zelenskyy, de acordo com um alto funcionário do governo que não estava autorizado a comentar publicamente e falou sob condição de anonimato.

O responsável acrescentou que Umerov concordou com a maior parte do plano, depois de fazer várias modificações, e depois apresentou-o a Zelenskyy.

O secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, também esteve em Kiev na quinta-feira e discutiu o último projeto com Zelenskyy, de acordo com um alto funcionário do governo. Zelenskyy fez uma declaração comedida nas redes sociais sobre o assunto, mas não falou diretamente sobre o conteúdo da proposta.

“As nossas equipas – da Ucrânia e dos Estados Unidos – trabalharão nas disposições do plano para acabar com a guerra. Estamos prontos para um trabalho construtivo, honesto e rápido”, escreveu ele.

Segundo a proposta, a Rússia comprometer-se-ia a não realizar ataques futuros, algo que a Casa Branca considera uma concessão. Além disso, 100 mil milhões de dólares em activos russos congelados seriam dedicados à reconstrução da Ucrânia.

No entanto, entregar território à Rússia seria profundamente impopular na Ucrânia. Também seria ilegal segundo a constituição da Ucrânia. Zelenskyy descartou repetidamente tal possibilidade.

A Rússia também seria autorizada a ficar com metade da energia gerada pela maior central nuclear da Europa, Zaporizhzhia, que capturou à Ucrânia no início da guerra.

ASSISTA | Surgem detalhes do plano de paz da Ucrânia:

Ucrânia deverá desistir de terras e algumas armas no âmbito do plano de paz dos EUA, dizem relatórios

Há relatos de que os EUA e a Rússia elaboraram um plano que poria fim à guerra na Ucrânia, mas propõe que Kiev desista de território e de algumas armas.

O projeto pede um “Conselho de Paz” que Trump supervisionará. O conselho é uma ideia que Trump retirou do seu longo plano de paz que visa pôr fim permanente à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

Se a Ucrânia ou a Rússia violassem a trégua, uma vez promulgada, enfrentariam sanções.

O deputado americano Don Bacon, de Nebraska, veterano da Força Aérea e republicano, rejeitou o plano emergente.

“Inaceitável”, postou nas redes sociais.

“É uma Munique de 1938”, referindo-se a um acordo diplomático destinado a garantir a paz com a Alemanha nazista, mas amplamente visto como abrindo caminho para a Segunda Guerra Mundial.

Diplomatas europeus pedem consultas mais amplas

O secretário de Estado Marco Rubio e Witkoff têm trabalhado discretamente no plano de paz há um mês, recebendo contribuições de ucranianos e russos em termos que são aceitáveis ​​para ambos os lados, disse na quinta-feira a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Witkoff e Kirill Dmitriev, um conselheiro próximo de Putin, foram fundamentais na elaboração da proposta.

À medida que surgiram relatórios sobre o projecto, diplomatas europeus surpreendidos insistiram que eles e a Ucrânia deveriam ser consultados.

Os líderes europeus já ficaram alarmados este ano com indicações de que a administração de Trump poderá estar a marginalizá-los e a Zelenskyy no seu esforço para parar os combates.

A abordagem por vezes conciliatória de Trump em relação a Putin alimentou essas preocupações, mas Trump adoptou uma linha mais dura no mês passado, quando anunciou pesadas sanções ao vital sector petrolífero da Rússia, que entrarão em vigor na sexta-feira.

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