As autoridades de saúde do Reino Unido alertam que a época de gripe deste ano no Hemisfério Norte parece ser particularmente difícil – e os EUA não estão preparados.
A perspectiva sombria é impulsionada por uma nova cepa de H3N2, que surgiu durante o verão (no final da temporada no Hemisfério Sul) apresentando diversas mutações. Estas mudanças não são suficientes para desencadear as circunstâncias mais terríveis – uma pandemia mortal – mas podem ajudar o vírus a evitar as respostas imunitárias, resultando num número descomunal de doenças graves que podem colocar uma pressão significativa em hospitais e clínicas.
No Reino Unido, o vírus decolou. A temporada de gripe na região começou cerca de cinco semanas antes do normal e está aumentando rapidamente.
Progresso da temporada de gripe no Reino Unido.
Crédito: UKHSA
Jim Mackey, que se tornou executivo-chefe do NHS England em abril, está se preparando para a ira da gripe. “Não há dúvida de que este inverno será um dos mais difíceis que nossa equipe já enfrentou”, disse Mackey ao The BMJ. “Desde que assumi esta função, a ideia de uma longa e prolongada temporada de gripe tem-me mantido acordado à noite. E, infelizmente, parece que esse medo está a tornar-se realidade.”
Quase todos os casos no Reino Unido até agora este ano foram de cepas de influenza A, com o H3N2 sendo responsável pela maior parte, de acordo com a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido. As duas cepas de influenza A circulantes são a nova cepa H3N2 e uma cepa H1N1, com uma cepa de influenza B circulando em taxas muito baixas. Nos dados mais recentes do Reino Unido, o H3N2 esteve por trás de mais de 90% dos casos cujo tipo de vírus influenza foi analisado.
“Dos dois vírus sazonais da gripe A, o actual vírus dominante em circulação (A/H3N2) tende a causar doenças mais graves do que o A/H1N1, particularmente em adultos mais velhos”, disse Antonia Ho, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Glasgow, num comunicado. E o início precoce da temporada de gripe só piora as coisas, uma vez que poucas pessoas são vacinadas precocemente, acrescentou Ho. “Com base na experiência anterior, as ondas de gripe que começam precocemente tendem a afetar um número maior de pessoas na população”.
