“Meu sonho é me tornar o número 1”. A frase certamente passou pela cabeça de todo garoto que se arriscou no tênis desde os primórdios do esporte até agora. Mas, da boca de João Fonseca, tem um significado especial, por ser alguém que encanta o circuito muito além do Brasil e que pode, de fato, alcançar o objetivo ousado.
O brasileiro de 18 anos se prepara para estrelar uma chave principal de Grand Slam nesta semana. João furou o quali do Aberto da Austráliatorneio que tem transmissão de todas as quadras no Disney+ Premiume enfrenta Andrey Rublev, provavelmente na madrugada de segunda (13) para terça-feira (14). Uma estreia grande, tal qual o sonho do jovem carioca.
(Conteúdo oferecido por Itaú, Mitsubishi, Seara, Ademicon, Engie e Philco)
Sonhar alto, no esporte, é um indicativo importante sobre o futuro de um atleta. No caso do brasileiro, não faltam motivos para acreditar que ele pode, de fato, brigar pelo topo do tênis em um futuro (bem) próximo.
Na onda do “Fonsequismo”, o ESPN.com.br lista abaixo 5 motivos para acreditar que o brasileiro será um fator importante a ser acompanhado de perto em breve:
Título de Next Gen
João Fonseca foi campeão invicto do Next Gen ATP Finals de 2024competição que reúne os oito melhores tenistas da temporada com menos de 21 anos. Na campanha, derrotou Arthur Fils, francês de 20 anos que já ocupa a 20ª posição do ranking mundial, e também o tcheco Jakub Mensik, top 50 do mundo que foi eleito o novato da temporada pela ATP.
O maior título da carreira de Fonseca representa bastante não só por credencia-lo como um dos melhores de sua geração, mas também por colocá-lo no mesmo caminho de Jannik Sinner, atual nº 1 do mundo, e Carlos Alcaraz, que já venceu quatro títulos de Grand Slam.
Com 18 anos e 2 meses, Sinner foi campeão mais jovem do Next Gen, em 2019. Após duas temporadas, já estava brigando pelo top 10 da ATP. Na mesma linha, Alcaraz venceu o título em 2021 e, no ano seguinte, conquistou o US Open, que garantiu a marca de líder do ranking mais novo da história.
João Fonseca, então, tornou-se o segundo campeão mais jovem do Next Gen. Questionado sobre levantar o mesmo troféu que Sinner e Alcaraz, o brasileiro respondeu.
“É uma pressão boa, que diz que eu estou no caminho certo. Obviamente quero fazer o que eles estão fazendo, ganhando Grand Slams. Se eles fizeram essa trajetória, por que não fazer também?”.
Elógios de Guga, Djokovic e outras estrelas
O sucesso de João Fonseca tomou as manchetes do Brasil e no mundo. Em sua terra natal, os elogios vieram de todos os lados, inclusive de Florianópolis, terra de Gustavo Kuerten. “Tem condições de levar o tênis brasileiro para um nível que a gente nunca viu”, disse Guga, tricampeão de Roland Garros e único brasileiro a ser número 1 do mundo.
João também está com moral com ícones globais do tênis. Novak Djokovic, recordista em títulos de Grand Slam no masculino, apostou na jovem promessa como surpresa da temporada de saibro e disse que ele o faz lembrar seu próprio estilo. Semanas após a declaração do sérvio, o brasileiro venceu em Madri sua primeira partida de Masters 1000, categoria de torneio que só fica atrás de um Grand Slam.
Outros grandes nomes do tênis também projetaram um futuro brilhante para João Fonseca, como Stefanos Tsitsipas, Andy Roddick (ex-nº 1 do mundo) e até Sinner, que treinou com o brasileiro no ATP Finals de 2023 e disse que o garoto deveria ir direto para o profissional, renunciando ao circuito universitário americano – como Fonseca, de fato, fez.
Sucesso no juvenil
João Fonseca acabou de completar sua primeira temporada jogando apenas torneios profissionais, mas o sucesso nas quadras o acompanha desde sua carreira no juvenil.
Em 2023, o tenista carioca terminou o ano como número 1 do ranking de juniores da ITF (Federação Internacional de Tênis) e ainda foi campeão juvenil do US Open.
Além desses feitos individuais, Fonseca também foi o nome principal do Brasil na conquista da Copa Davis Júnior em 2022 e acumulou seis vitórias em seis jogos de simples na competição, derrotando inclusive a equipe dos Estados Unidos na final.
Apesar do sucesso no juvenil não garantir uma carreira de ponta no profissional, alguns exemplos recentes mostram que João está trilhando o caminho certo, como Taylor Fritz, nº 1 juvenil em 2015 e atual vice-campeão do US Open, e Alexander Zverev, nº 1 juvenil em 2013 e atual cabeça de chave nº 2 no Australian Open.
Grava não profissional
A transição do juvenil para o profissional é um dos grandes desafios da carreira de um tenista. Como o clichê diz, é quando separam os homens dos meninos. Mesmo com pouco tempo entre os “adultos”, João Fonseca já acumulou resultados e registros que indicam um caminho grandioso a ser trilhado pelo brasileiro.
Fonseca é o mais jovem entre os 300 melhores do ranking mundial e se tornou o primeiro tenista nascido em 2006 a vencer uma partida no circuito da ATP. Na ocasião, ele chegou às quartas de final do Rio Open em fevereiro, igualando o melhor resultado brasileiro na história do torneio. Meses mais tarde, o carioca ainda chegaria mais uma vez até as quartas de final no ATP 250 de Bucareste.
No circuito Challenger, que engloba torneios de um nível abaixo dos ATPs, João Fonseca foi campeão em Lexington, o mesmo torneio que Sinner venceu em 2019.
Os resultados recentes no quali do Australian Open colocaram também o carioca num grupo seleto de tenistas com menos de 20 anos que aplicam mais de um pneu (set vencido por 6 a 0) em um qualificatório desde 2000. Apenas Guillermo Coria, Frances Tiafoe, Sinner e agora Fonseca alcançaram esse feito.
Além disso João também se tornou o 1º sul-americano a furar uma qualificação de Grand Slam com menos de 20 anos desde Juan Martin Del Potro no US Open de 2006. Três anos depois Delpo venceria o principal em Nova York, Slam derrotando Roger Federer e Rafael Nadal.
Grandes marcas de olho
Mesmo aos 18 anos, João Fonseca acumulou uma premiação de quase R$ 5 milhões na sua carreira recente no profissional. Além disso, o brasileiro também coleciona grandes marcas em seu salão de patrocinadores.
UM Sobremarca de vestuário suíça, passou a buscar jogadores de tênis desde 2019, quando Roger Federer se tornou um investidor. Em 2023, o fornecedor esportivo fechou contrato com o então número um do mundo Iga Swiatek, com Ben Shelton, atual nº 21 do ranking, e com João, que na época tinha 16 anos. Essas escolhas tiveram o aval do ex-tenista suíço que conquistou 20 títulos de Grand Slam.
No ano passado, o brasileiro também fechou um patrocínio com uma relojoaria suíça Rolexque investe pesado no tênis com torneios e grandes jogadores como o Sinner, Alcaraz e que tem uma parceria histórica com o próprio Federer ao longo da carreira do suíço. Usar o mesmo relógio que as aparências do tênis pode não significar nada de concreto, mas carrega uma simbologia de que a imagem da Fonseca, mesmo tão jovem, representa muito para o mundo do esporte.