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A guerra comercial EUA-China aumenta: Pequim proíbe a exportação de gálio, componentes essenciais para a fabricação de chips

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A guerra comercial EUA-China aumenta: Pequim proíbe a exportação de gálio, componentes essenciais para a fabricação de chips
China proíbe exportações de gálio, germânio e antimônio para os EUA (Crédito da imagem: Reuters)

A China impôs na terça-feira uma proibição à exportação de minerais essenciais, incluindo gálio, germânio e antimônio, para os Estados Unidos, em retaliação à repressão de Washington à indústria de semicondutores de Pequim. A medida, anunciada pelo Ministério do Comércio da China, é a mais recente na intensificação das tensões comerciais entre as duas superpotências antes do esperado regresso de Donald Trump à presidência.
As restrições de Pequim centram-se em materiais vitais para aplicações tecnológicas e militares. Com efeito imediato, a China proibiu a exportação de gálio, germânio e antimônio, juntamente com materiais superduros, categorizando-os como “itens de dupla utilização”. A directiva também sujeita as remessas de grafite para os EUA a um escrutínio mais rigoroso, especialmente no que diz respeito à utilização final e aos destinatários finais.
A China é responsável por uma parcela esmagadora da produção global destes materiais. Por exemplo, fornece 94% do gálio mundial e 83% do germânio, ambos cruciais para semicondutores, fibra óptica e tecnologia solar. O Ministério do Comércio afirmou que as restrições visam salvaguardar a segurança nacional e cumprir os compromissos de não proliferação.
Retaliação contra nós, restrições de semicondutores
A última medida da China ocorreu um dia depois de os Estados Unidos anunciarem amplas restrições às exportações visando 140 empresas chinesas, incluindo fabricantes líderes de chips como Naura Technology Group e Piotech.
As medidas dos EUA estendem-se à proibição da venda de chips de memória de alta largura de banda, essenciais para a IA, e à restrição do acesso a ferramentas de fabricação de chips produzidas em países aliados como o Japão e a Holanda. Estes controlos marcam a terceira ronda de restrições de Washington ao sector tecnológico da China em tantos anos.
O Ministério do Comércio chinês criticou esta medida e acusou os EUA de abusarem do “controlo de exportação” e de “se envolverem em acções de intimidação unilaterais”.
“Os EUA pregam uma coisa enquanto praticam outra, ampliando excessivamente o conceito de segurança nacional, abusando das medidas de controlo das exportações e envolvendo-se em acções de intimidação unilaterais. A China opõe-se firmemente a tais ações”, afirmou o Ministério do Comércio da China num comunicado divulgado na segunda-feira.
Implicações estratégicas
Analistas políticos sugerem que as ações de Pequim são um aviso calculado aos EUA relativamente às vulnerabilidades nas suas cadeias de abastecimento. Wang Yiwei, especialista em comércio, observou que as restrições afetariam as indústrias de defesa e tecnologia dos EUA.
“Os EUA acusam frequentemente a China de desviar produtos e tecnologias ocidentais para fins militares, mas a indústria de armamento dos EUA também utiliza matérias-primas provenientes da China, mesmo para armas a serem utilizadas pela Ucrânia”, disse Wang ao South China Morning Post.
As implicações desta escalada de retaliação são de longo alcance. As restrições ao gálio e ao germânio poderão perturbar as cadeias de abastecimento de semicondutores, enquanto os limites às exportações de grafite poderão afectar a produção de baterias para veículos eléctricos e células de combustível.
Os efeitos das restrições às exportações da China já são evidentes. As remessas de produtos de antimônio, usados ​​em aplicações militares e energéticas, caíram 97% em outubro, após as restrições anteriores de Pequim, disse um relatório do SCMP. Entretanto, o Serviço Geológico dos EUA informou que a China continua a ser o fornecedor dominante de germânio e gálio, apesar das restrições impostas no ano passado.



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