A ascensão das redes sociais tornou mais fácil a rápida propagação das tendências de saúde, muitas vezes com pouco apoio científico. Influenciadores, celebridades e blogueiros de bem-estar frequentemente promovem novas dietas, suplementos e remédios, levando muitos a acreditar que essas tendências são o próximo grande passo para melhorar a saúde.
O maior desafio é diferenciar entre conselhos de saúde baseados em evidências e tendências populares mas não verificadas. Como sabemos, os profissionais de saúde sublinham frequentemente a importância de consultar especialistas médicos qualificados antes de adoptarem novas práticas ou suplementos de saúde, uma vez que algumas tendências podem ser ineficazes, desnecessárias ou mesmo perigosas.
Entretanto, Amina Khan, farmacêutica e influenciadora das redes sociais baseada no Reino Unido, emitiu um alerta contra a ingestão de três tipos de suplementos que são populares entre a geração mais jovem.
Suplementos que você deve evitar
Ursinhos de goma
Acredita-se que o ursinho de goma melhora a saúde geral ou compensa deficiências nutricionais. É feito de gelatina, açúcar e agentes aromatizantes. Nos últimos anos, os ursinhos de goma também se tornaram populares como forma de suplementos vitamínicos, como multivitaminas, vitamina C e outros nutrientes, promovidos por sua facilidade de consumo e sabor atraente.
No entanto, Khan tem uma perspectiva diferente. “São essencialmente pílulas de açúcar, você também pode comer um doce”, afirmou ela. “Eles são fáceis de consumir em excesso, o que pode levar à toxicidade mineral”.
De acordo com a medicina tradicional indiana, as vitaminas de goma, especialmente aquelas destinadas a crianças, contêm altos níveis de açúcar. A ingestão excessiva de açúcar pode levar à obesidade, problemas dentários e outros problemas metabólicos.
Khan prefere suplementos tradicionais, como cápsulas e comprimidos, para adultos, e para crianças, ela recomenda suplementos líquidos ou em spray.
Vitaminas gerais
De acordo com Khan, mais de um terço dos americanos, especialmente aqueles com 65 anos ou mais, tomam multivitaminas diariamente para apoiar a sua saúde geral. No entanto, ela ressalta que esses multivitamínicos normalmente contêm uma mistura de vários nutrientes, mas as quantidades de cada um podem ser tão mínimas que não têm um impacto significativo no corpo.
Além disso, ela argumenta que nem todo mundo precisa de todas as vitaminas presentes em um multivitamínico, pois as necessidades nutricionais individuais podem variar muito.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tomar multivitaminas com grandes quantidades de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, pode ser perigoso devido à capacidade do organismo de armazenar essas vitaminas por longos períodos. A overdose dessas vitaminas pode levar a um acúmulo que pode resultar em vários efeitos adversos à saúde.
Suplementos para pele e cabelo
Como vemos, as redes sociais estão repletas de anúncios de suplementos para a pele e cabelo, que pretendem transformar a sua aparência, promovendo uma pele com aparência mais jovem e cabelos mais fortes e grossos.
No entanto, Amina Khan alerta que, em alguns casos, estes suplementos podem, na verdade, aumentar o risco de cancro. Segundo ela, muitos dos produtos comercializados para pele, cabelos e unhas contêm altas doses de micronutrientes, como vitaminas A, B6, B12, E e selênio.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a overdose de vitaminas A, B6, B12, E e selênio pode ser prejudicial à saúde. A ingestão excessiva desses nutrientes aumenta os riscos de câncer em vários grupos de pessoas. É importante ter cuidado com esses suplementos, especialmente considerando os efeitos a longo prazo na saúde.
