Romeu Tuma Juniorpresidente do Conselho Deliberativo do Coríntiosmarcou a reunião de votação do impeachment do presidente Augusto Melo. Os conselheiros do clube vão definir no próximo dia 28 (quinta-feira), no Parque São Jorge, se concordam ou não com a destituição do mandatário corintiano. A primeira chamada da convocação será às 18h (de Brasília), enquanto a segunda será às 19h.
Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de dirigente, o presidente será afastado imediatamente da carga, que reforçará de forma temporária por Osmar Estávelprimeiro vice-presidente do clube. A votação no Conselho será secreta.
Além disso, veja o Conselho de parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Segunda apuração da Gazeta Esportivaa Assembleia só deverá ocorrer em 2025, ainda sem data definida.
Nesse cenário, Augusto permaneceu afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deva deixar a carga, o mandatário será definitivamente destituído.
Se o impeachment não passe no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Melo continuará normalmente no cargo de presidente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento no futuro.
No documento enviado aos conselheiros, a reunião é ordenada com as seguintes diretrizes:
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a) Palavra do Presidente do CD para expor os motivos da convocação em razão do recebimento da denúncia pela Comissão de Ética e Disciplina;
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b) Deliberação sobre o motivo da Convocação da Reunião;
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c) Prazo regimental para manifestação do representante dos Conselheiros Requerentes do Pedido de Destituição do Presidente da Diretoria e/ou Representante da Comissão de Justiça do CD; Palavra do Presidente da Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo pelo tempo regimental para leitura e sustentação do parecer da Comissão;
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e) Prazo regimental de defesa oral/sustentação oral do Presidente da Diretoria ou de seu representante legal;
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f) Votação em escrutínio secreto pela Destituição ou não do presidente da diretoria;
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g) Proclamação do resultado e exceções estatutárias, no envio do caso.
Os motivos do possível impeachment de Augusto Melo
No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório ao Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaiDeBet (ex-patrocinadora mestre) ea Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).
Posteriormente, Augusto e pessoas que estão ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (o Rubão, ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.
Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros invejou ao Conselho um requisito que solicite a destituição de Melo.
O documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP“, contém mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.
O documento pede “tramitação sucinta” e se aplica, principalmente, ao Artigo 106, “b” e “d”, do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente à nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens.
Arte. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:
b) ter ele causado, por ação ou missão, prejuízo específico ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.
d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.
Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela gestão atual, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar possíveis problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:
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“Laranja” na intermediação da VaiDeBet.
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Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.
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Debandada de dirigentes, perda de patrocínio e prejuízo moral.
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Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando a missão dos gestores.
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Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.
No requisito, os conselheiros afirmaram o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com uma antiga patrocinada”.
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*Informações da Gazeta Press foram usadas nesta reportagem