Transmissão de futebol – parte 2: televisor Telefunken

No fim dos anos 90, a disputa era acirradíssima. Não me refiro a uma partida de futebol que foi para os pênaltis e decidido apenas nas cobranças alternadas, mas era quase. Digo isso porque o único aparelho televisor decente da casa, um da marca Telefunken 20 polegadas agora começou a ser disputado para ver mais uma atração: se antes a disputa era entre o jornal, a novela das 9, o lançamento da MTV aberta  e os gols do Allejo no game International Superstar Soccer do Snes, agora os jogos regionais fora do eixo Rio-São Paulo começavam a ser transmitidos aos domingos.  Enquanto isso dava pra fritar um ovo encima da TV, pelando de tanto tempo ter ficado ligada.

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Televisor da marca Telefunken – “pegava fogo” aos domingos em dia de jogo.

Assistir União Bandeirante x Paraná Clube ao vivo na TV aberta era um luxo. Nesta época a Rede Globo iniciou um processo de regionalização dos jogos. Era a lua de mel da dupla AtleTiba com a filial . Hoje, a relação está desgastada. AtleTiba convida visita, não avisa a rede; reclama da divisão de despesas; quer conhecer pessoas novas; não comparece. Definitivamente AtleTiba quer penetrar em outro canal.

Mas na época em que a Rede Globo distribuía um bouquet de rosas para a dupla AtleTiba e uma rosa para o Paraná Clube, o banco do Chevette ainda era bastante esquentado, pois havia apenas um jogo na semana do trio de ferro. Do Paraná Clube, era um por mês e olhe lá.

“Domingo, quero te encontrar, e desabafar todo o meu sofrer”…

Domingo era dia de ver jogo e neste momento, já não havia vez pra ver Só pra Contrariar no Domingo Legal.  Deixa pra ouvir no pré jogo, também chamado de churrasco.

Após o pentacampeonato da seleção brasileira de futebol em 2002, o futebol cada vez mais ganhou espaço na programação, seja nas mesas redondas ou nas transmissões ao vivo, seja em TV  aberta ou não. Os canais de esportes à cabo estavam ascendentes. Simultaneamente, cada vez menos o rádio do Chevette era usado, até o momento em que o carro foi vendido. Já o Telefunken, estava cada vez mais frio, até que se aposentou, e se falasse, diria: “dever cumprido”.

Nessa época, a internet engatinhava na cobertura. A notável cresceu mais independente e sedutora do que nunca e AtleTiba quer se envolver com este pedaço de mau caminho. Ou seria bom caminho?   Pela lei, não é crime. Seja pela Lei Pelé, da Xuxa ou qual for.

Aguardem a última parte da trilogia.

Um comentário em “Transmissão de futebol – parte 2: televisor Telefunken

  1. Não sei se por ser criança antigamente tinha uma relação bem passional com Futebol, era um acontecimento ver os jogos do trio de ferro na tv, mudar do rádio do chevette pra Telefunken (Philips, lá da casa dos país) foi um acontecimento. O auge dessa fase pra mim pelo menos foi ver o Campeonato Brasileiro do Atlético em cima do São Caetano! Até minhas avós ficaram roucas de torcer naquele dia!

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