sobre um pretérito perfeito

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eu tentei acreditar, ter a fé necessária para que você nunca, nunca me deixasse. compus sonetos, versos e canções inteiras, que significassem, que dessem espirito a coisa inteira.

mas meus versos jamais serão lidos e se forem, você nunca saberá o que eu quis dizer, a não ser que tudo foi intenso, pois eu nunca estive tão fora de mim.

contudo, fora eu a partir, quando a personae non gratae de todos nós, cujo cajado és a ceifa da vida minha e tua, chegou e me levou, por um motivo ínfimo e intimo que eu nunca entendi ou compreendi ou pude explicar.

eu somente sei que te amei, de janeiro a dezembro, sem qualquer feriado, que tua falta me deprime tal como o dia da minha partida, pois eu não tive e nem jamais teria a intenção e pretensão de partir e deixar para trás a vida que eu tanto quis viver ao teu lado no maldito para sempre que eu julguei existir.

e para ser sincero, ainda aqui onde eu nunca saberei se estou vivo de verdade, eu posso afirmar e reafirmar, com ênfase no sentido plano e cósmico do sentimento, que vou te amar novamente por mais 366 dias, em cada estação climática, por que eu me dou o direito de sentir a felicidade e a infelicidade, o medo e alegria e todo o resto de sentimento, no plural ou no singular.

e que eu consiga sentir, sem exatamente dar a vazão com lagrimas ou risos, pois o mais importante hoje e agora seria apenas viver e sentir todo o amor que houver nesse mundo tão meu, tão intimo e particular que deveria ter sido tão seu como meu. mas eu vou te esperar, não por que morri, mas por que de todas as maneiras estou vivo, ainda respirando, ainda sentindo o nosso pretérito perfeito, sem qualquer indicativo, por favor, mas tão meu e seu, que ninguém irá compreender, espero.

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